segunda-feira, 16 de junho de 2014
Mudar pra Califórnia não foi lá a ideia mais sensata da minha mãe, mas fora a mais inteligente pelo menos desde esses quatro anos que nós mudamos pra lá e pra cá. Estava fazendo as contas e nós já nos mudamos certa de 15 vezes, vou citar os lugares que fomos. Depois que saímos do Brasil fomos direto rumo a Toronto no Canadá que mesmo por ser pequeno tem a maior população do Canadá instalado lá o que lembra bastante São Paulo. Ficamos três meses lá e tivemos que ir a Quebec que também fica no Canadá e é bem perto de Toronto, porém ficamos apenas seis semanas, equivalente a um mês e quebradas. Pegamos um voo direto pra Austrália e paramos em Albany e foi o lugar que eu mais me adaptei, havia uma praia bem colada com a nossa casa lá e tinha tudo pra ser perfeito.... Durante seis meses, que a minha mãe resolveu se mudar mais uma vez, demos a volta ao mundo e fomos pra Peru o que não foi muito legal, dois meses depois a minha velha resolveu ir pra China, e lá nós ficamos por um ano, mas não vá achando que era no mesmo lugar, rodamos a China toda nos mudando, até que finalmente mudamos pro Reino Unido e lá foram seis meses e quatro meses na Irlanda que é bem do lado, e então ela resolveu ir aos Estados Unidos, o que foi a minha primeira ideia de viagem, queria que ela fosse pra lá logo que disse que queria viajar o mundo inteiro a favor de seu tão sonhado emprego. E lá estávamos nós, Eu, minha mãe e meu irmão mais velho Andrew. Chino Hills, com o registo de 76,457 de pessoas morando lá. O que me deixava afobada, a cidade aonde nasci tinha cerca de 11 milhões de pessoas, então tem uma noção de como é uma grande mudança. Eu estava realmente animada, afinal minha mãe avisou que ficaríamos um ano inteiro aqui, é o último ano do meu irmão na escola, e ele anda reclamando que está cansado de estudar por correio e levar os estudos por ai, ele que socializar, conhecer pessoas novas, na verdade eu sei que o que ele quer dizer com isso é que o último ano é mais difícil e ele precisa colar dos seus “colegas” de classe, mas tentou simplificar de um jeito que a minha mãe ficasse com dó, mandou Andy escolher o lugar e então ele disse Califórnia, o que me fez amar muito o meu irmão depois disso. A única coisa que estava me matando é Califórnia ser do outro lado de Nova Iorque.
– Acho que nós poderíamos ter nos mudado pra casa que chamasse menos a atenção. – Comentou Martha vulgo minha mãe, enquanto observava a garagem e antes que eu pudesse argumentar mudei a minha atenção pra um carro que virava a rua, tinha um som estrondoso e pelo meu pouco estudo sobre carros pra mim era uma Ferrari preta. – É o Andy?
– Sim. – respondi indo pra fora da linha da garagem e puxando a minha mãe, porque sabia que Andy tentaria dar uma de fodão e subir na calçada fazendo aquelas manobras. Um Drift não é?!
– Eae família. – ele acenou e colocou o braço pra fora do carro.
– Você comprou uma Ferrari? – perguntou a minha mãe fazendo Andy revirar os olhos.
– Não mulher, não é uma simples “Ferrari” é uma Ferrari F430 Spider. – falava totalmente orgulhoso enquanto abria o “teto” do carro.
– E qual é a diferença? – ela perguntou e eu desejei que não tivesse feito, vi Andy descer do carro todo irritadinho e então começou a falar várias e várias coisas sem sentido pra minha mãe enquanto a seguia pra dentro da casa nova. Olhei em volta e tinha algumas meninas na casa da frente, elas usavam microsshorts e estava encostada no portão da garagem da casa delas, enquanto olhavam diretamente pra cá, com certeza assistiram a cena do meu irmão metido. Disfarcei e corri atrás deles.
– E então Andrew, vai me levar pra escola naquele carrão? -perguntei me sentando no balcão da cozinha, sim, em cima dele mesmo.
– Para de me chamar de Andrew idiota, você sabe que eu não gosto.
– Andrewzinho coração.... – fui acertada por um pedaço de pão e o olhei, abriu então um sorriso – sujo – e disfarçou enquanto andava pro outro cômodo. E minha mãe nem havia percebido isso.
– , você notou como as nossas vizinhas são bonitas? – escutei Andy gritar e desci da bancada indo pra sala e pegando ele na janela comendo seu sanduíche e olhando pra casa da frente. Parei ao seu lado e observei as meninas, não eram tão bonitas assim não.
– Não acho. -fechei a cortina e ele me olhou, permaneceu em silêncio por um tempo até me ver jogada no sofá.
– Você está com ciúmes?
– Ah nossa, com ciúmes de um babaca como você. Sim, claro que estou. – falei totalmente irônica e escutei Andy rir.
– Vocês lembram que amanhã começam as suas aulas? TIRA OS PÉS DO SOFÁ AGORA. – tomei um susto e cai no tapete fazendo Andy começar a rir e jogar o resto do seu sanduíche em cima de mim. – DROGA ANDREW EU NÃO VOU PRECISAR GRITAR COM VOCÊ NÉ....
– Mãe a senhora já está gritando. – fiz uma expressão cerrando meus olhos e olhando pra Andy que me olhou balançando a cabeça, olhamos pra nossa mãe e ela estava com a boca semiaberta e olhava pra gente e então começamos a rir dela. – Ela já estava gritando e perguntou se precisava gritar comigo. Oh céus. – disse em meio a risos enquanto se jogava no tapete ao meu lado e colocava a mão na barriga. – Mãe a senhora é muito engraçada. – eu não conseguia dizer nada, a risada de Andrew mais me fazia rir do que qualquer piada.
– Eu juro que não deixei vocês caírem no chão quando eram pequenos, eu não fumei, não bebi quando estava gestante dos dois, deve ter sido aquela complicação na hora de vocês nascerem. – Parei de rir e olhei pra minha mãe, me sentei dando um tapa de leve no peito de Andy que fez as mesmas coisas que eu.
– Que complicação? – perguntei curiosa e ela me olhou.
– Vocês dois cresceram de uma forma errada na minha placenta.
– AI MEU DEUS COMO ASSIM? – Andy gritou desesperado colocando a mão no peito. – Espera eu ‘tô vivo então, sem preocupação.
– Cala a sua boca Andy, eu quero ouvir. Mãe, tipo que forma errada era essa?
– Normalmente no nono mês de gravidez, os bebês ficam com a cabeça pra baixo, dizem que é melhor pra eles conseguirem sair. Vocês não, ambos.... mesmo tendo essa diferença de dois anos, além de não terem me avisado quando iam nascer, não estava de cabeça pra baixo.
– A gente não avisou que ia nascer? – perguntei.
– Sim sua idiota, a bolsa não estourou. – Andy me respondeu enquanto esticava as pernas.
– Exatamente, acho que se tivesse deixado os dois dentro da minha barriga tinha ficado um ano lá sem se importar. – arregalei os olhos – E então, tiveram que fazer cesariana e adivinhem o que saiu primeiro.
– ANDY JÚNIOR. – gritou enquanto erguia os braços, fiz uma careta e empurrei-o fazendo o mesmo cair no tapete.
– As pernas. – ela sorriu – Tá ai porque vocês são doidos, vocês não queriam sair, vocês não estavam na posição certa. – escutei um “hum” malicioso sair da boca de Andy e comecei a rir – Vocês não são normais desde quando nasceram.
– É que somos especiais! – falei olhando pro Andy que agora mexia no celular, minha mãe sorriu e concordou com a cabeça antes de ir pra cozinha novamente. Suspirei e peguei o resto do sanduíche de Andy e esfreguei na cara dele antes de sair correndo pela casa e ele vir atrás de mim.
[….]
– ANDREW JAMES PHILLIPS ACORDA AGORA. – acordei sonolenta e assustada, olhei em volta e vi a porta do meu quarto, aberta, de frente pro meu quarto era o quarto de Andy, e lá estava a minha mãe, gritando com o garotão de 17 anos mandando ele acordar.
– Obrigada pela solidariedade. – reclamei sussurrando enquanto levantava com os olhos um pouco fechados, caminhei até o quarto de Andy e ele estava totalmente embaixo da coberta, minha mãe estava parada na porta do quarto dele o olhando, abri a cortina e o sol invadiu o quarto quase me cegando, puxei a coberta de Andy e tirei os fones de ouvido dele e logo o vi acordar assustado e desesperado tateando a cama e arregalando os olhos. – Você convive com o Andy a dezessete anos e não sabe como deve acordá-lo? – perguntei a minha mãe que parecia intrigada com o que fiz.
– fecha a cortina. – a voz de Andy saiu totalmente rouca e o vi se jogado na cama novamente.
– Você tem que me levar a escola James Phillips, então se eu fosse você levantava dessa cama agora ia arrumar esse seu cabelinho feio e tomar seu café em dez minutos. – caminhei até ele que estava com os olhos fechado. – E ME LEVAR NO SEU CARRO NOVO PRA ESCOLA.
– Filha duma....
– O que Andrew? – perguntei e parei ao lado da minha mãe. – Mamãe a senhora está vendo como esse menino é mal educado? – gargalhei enquanto entrava no meu quarto e dessa vez, fechava a porta.
[…]
– Resto de feto, sai desse quarto logo, você não estava toda apressadinha querendo ir pra escola? – escutei a voz irritante de Andrew do outro lado da porta, peguei a minha bolsa e coloquei nas costas, peguei o meu celular e abri a porta, vi Andrew tropeçar pra frente.
– Você tava com a cabeça apoiada na minha porta? – ele assentiu ainda me olhando – Porque fez isso?
– Porque eu sou babaca. – sorri e ele sorriu de volta. – Está pronta? – assenti. – Então podemos ir, certo? – ele fez uma careta e então começamos a andar um do lado do outro. – Okay foi uma pergunta idiota. – sorri e assenti. – Você está tão calada hoje.
– Estou ouvindo você falar, é feio interromper. – sorri e Andy fez uma expressão assustada.
– TROCARAM A MINHA IRMÃ? TE VENDERAM NO EBAY? EU JÁ TENTEI MAS NINGUÉM QUIS TE COMPRAR SABE COMO É NÉ. – gargalhava enquanto descia a escada na frente dele.
– Para de gritar Andrew, quantas vezes já disse você está ao lado da sua irmã não precisa falar tão alto.
– Desculpa mãe, não vai acontecer de novo.... – deu um beijo na bochecha dela, seguido por mim. – Aliás, estamos indo pra escola, e eu acho que vou passar em uma biblioteca na volta. – já estávamos do lado de fora de casa.
– Tudo bem, só não cheguem muito tarde Batman. – ela falou um pouco alto e nós dois rimos e eu fui em direção ao carro de Andy.
– Tchau mãe. – acenei e ela acenou de volta, me mandando um beijo no ar.
– Hei, você é o Andrew certo? – eu já havia entrado no carro e Andy também quando escutamos uma voz fina, olhei pra casa e a minha mãe já havia entrado, Andy me olhou pelo retrovisor do carro antes de olhar pra menina em pé do lado de fora do carro.
– Sim, sou eu. Andrew em pessoa. – ele sorriu.
– Vi um vídeo seu no Youtube, um seu dançando, reconheci na hora. Eu sou sua fã. -ela ergueu a mão pra Andy e de onde estava consegui ver um pouco de seu seio esquerdo por causa da sua microblusa.
– Ah sim, oi.... – vi Andy ficar constrangido. – Bom saber que as minhas fãs moram perto de mim.
– Andy vamos? – perguntei um pouco inquieta.
– Claro, então.... me desculpa, mas tenho que levar minha irmã, na volta a gente se fala. – ela sorriu.
– Está indo pra Chino Hills School? – Andy assentiu. – Eu também.
– Ah sério? – ele perguntou irritado.
– Sim, você poderia me levar não acha? – oferecida.
– Claro, vai trocar sua roupa, vou esperar aqui. – ela ficou confusa com o que Andy disse e gargalhou como se ele tivesse dito uma piada.
– Eu vou assim.
– Ah Andy, então.... lembrei que você vai precisar parar pra pagar as contas da mamãe, e tem aquelas caixas que a gente vai pegar.... desculpa amorzinho não vai caber você aqui. – falei tentando ser amigável.
– Eu posso ir no colo do Andy.
– Acelera esse carro. – sussurrei e Andy bateu a mão no volante pra menina não ouvir o que eu havia dito/sussurrado.
– Desculpa isso da multa, mas prometo que amanhã eu te levo.
Finalmente vi o idiota do meu irmão dar ré no carro e sair dali, o encarei enquanto ele dirigia e assim que nós viramos a rua ele me olhou e começamos a rir. Isso tudo foi realmente patético. Eu já estava acostumada a ver as meninas dando em cima de Andy a todo momento, já que eu e ele eramos muito próximos, nós ficávamos muito juntos, em todo lugar que ele ia costumava a me levar, tanto por não ter uma companhia melhor. Andrew é muito fechado as vezes e costuma não fazer amigos, além do mais estamos viajando muito e nunca conseguimos ter aquela de “melhores amigos” ou namoradas/namorados. As vezes via Andrew pegando algumas meninas mas ele nunca conseguia dizer que elas eram “aquela” garota que ele procurava, ele queria uma menina diferente, que não tivesse nada a ver com o que ele gostava, a dança, o skate e a fotografia, ele queria uma menina que ele pudesse levá-la pra conhecer essas coisas e ela ficar toda espantada e animada com a ideia do namorado dela ser um dançarino, arrasar no skate, ter uma Ferrari com 17 anos, amar fotografias. Mas infelizmente todas as garotas já estavam envolvidas nessa vida, sério, e quando eu digo todas, são todas. É igual aquela história de “modinha” quando pega todo mundo se afeta e raramente você encontra alguém que não esteja envolvido nem 0,01%. E nós.... Eu e Andy eramos totalmente diferente, talvez por já ter passado por tudo, já ter visto tudo, estarmos envolvido em tudo, nós só queríamos algo diferente.
Passamos por uma placa aonde dizia que em 10 quilômetros sairíamos da cidade, olhei espantada pra Andy que permanecia dirigindo, olhei pra trás pra checar a placa, olhei pra estradas todos em alta velocidade em uma rodovia extensa.
– Andy você errou o caminho?
– Não, porquê? – me olhou sorrindo.
– Porque estamos saindo da cidade, isso não está certo. A escola fica na cidade.
– Ah sim, idai?
– IDAI QUE ESTAMOS SAINDO DA CIDADE SUA MULA.
– É que vamos pro centro.
– Fazer o que lá Andy?
– Vai ter um evento, um grande evento, com uns caras que fazem vines, uns youtubers, e nós fomos convidados.
– Sério e porque não me falou?
– Ah , sei lá.... eu esqueci.
– Esqueceu Andy? Desde que dia isso estava marcado?
– Desde semana passada, mas pra que tanto estresse? Nós vamos chegar lá a tempo, nós vamos nos apresentar pros nossos fãs que estarão lá, vamos embora, e a mamãe não desconfiará de nada.
– Quero só ver se ligarem pra casa perguntando porque não fomos no primeiro dia de aula.
– Não se preocupa desliguei a linha da mamãe da operadora ontem a noite, ela vai achar que está sem rede, a escola não tem o número da nossa nova casa. Relaxa, vai dar tudo certo.
– E pra onde estamos indo?
– Rumo a Los Angeles. – cruzei os braços e relaxei os ombros me jogando no banco do carro, o teto estava aberto e vinha aquele vento forte nos nossos rostos, Andy ligou o som e começou a tocar Red Nose, Andy amava essa música, e eu nem preciso comentar que ele foi cantando ou melhor gritando a música inteira.
[…]
– Acorda , vai logo. – acordei assustada e o sol me irritava, notei que o carro de Andy estava parado em uma vaga, o sol estava muito quente mesmo, desci do carro e olhei em volta, havia algumas pessoas andando pra lá e pra cá, tudo normal, olhei pra Andy que estava tirando a roupa na minha frente, literalmente, ele trocou a camiseta e trocou o tênis também, fechou o carro e ficou arrumando o cabelo no vidro insufilmado. – E então como estou?
– Bonito? – perguntei e ele sorriu.
– Obrigado.
– E então, aonde vai ser?
– Ali. – apontou pro outro lado da rua, parecia ser grande e tinha alguns adolescentes entrando com skates, o lado de fora era todo grafitado, tinha um portão ou uma porta não sei, parecia organizado e bonito.
– Ah então, nós vamos entrar e tipo.... fazer o quê?
– Procurar pelo organizador.... Seu nome é Bart. – sorri e vi Andy esticar a mão pra mim, segurei em seu pulso e nós fomos andando até o outro lado, ele olhou a rua várias vezes antes de atravessar, Andy era muito sismado com isso. Ele puxou a porta devagar e entramos, não tinha muitas pessoas ali, o lugar era maior por dentro, tinha um palco no fundo e estava decorando e organizando o som, havia uma menina em cima do palco, com seus cabelos ruivos e cacheados, era lindo. Havia uma entrada depois de uma pequena grade do outro lado do salão. – Eae? Como tá o coração?
– Tá batendo normal, tá louco Andy? – ele ria enquanto eu subi minhas mãos de seu pulso pra seu ante braço, e segurando com força seu braço fazendo ele me olhar sorrindo, para todo mundo, inclusive a minha mãe, Andy e eu nos dávamos muito mal, eramos como cão e gato, mas não.... quando estamos apenas nós dois somos apenas dois amigos se divertindo, ele é somente um ano mais velho que eu e por incrível que pareça eu adorava a forma que Andy me tratava, as vezes era grosseiro, mas era a melhor forma que poderia tratar, carinhoso, amigável, superprotetor, eu o amava por isso.
Andamos o corredor todo em silêncio até chegar em um lugar com um tapete extenso no chão, e com vários painéis e mesas, tinha algumas pessoas ali e quando um homem alto, gordinho e moreno viu a gente, largou os papéis que segurava na mão de um menino de bandana e veio rapidamente pro nosso lado sorrindo, olhei pra Andy o soltando e ele também sorria.
– Vocês vieram. – disse sorrindo.
– Claro Bart, estamos na Califórnia agora. – sorriu e eu sorri pro tal de Bart que se aproximou de mim me abraçando, nesse abraço pude olhar em volta e perceber alguns olhares direcionados pra nós.
– Você deve ser a ? – sorri assentindo. – Assim como o Andy você não fala muito né.
– Ao contrário de mim, ela fala até que demais. – forcei uma risada e Bart sorriu e começou a andar, Andy me deu um leve tapa e o seguimos.
– Esses são os meninos do evento que eu falei.
– Os Viners? – encarei o Andy, Viners.... era um nome engraçado.
– Sim, Andy. – Bart sorriu. – Meninos esse é o Andrew, e essa é a irmã dele.
– Poxa, eu já vi vídeos de vocês na internet. – um garoto dos olhos azuis, cabelos castanhos com hairflip e com o rosto de bebê, disse se aproximando de nós e nos cumprimentando. – Sou Hayes.
– Eae Bro, gostou dos nossos vídeos?
– Claro Andy, vocês arrasam, eu curti todos os vídeos. Aqueles passos, os irmãos Phillips são demais.
– Vocês vieram de onde? – um outro garoto também dos olhos azuis perguntou, ele era mais alto que Hayes e tinha traços parecidos, se não fossem irmãos eu me mataria com certeza.
– Brasil. – respondi e um garoto no fundo do salão, aquele de bandana.
– INDIANA? – gritou e Andy sorriu, era a primeira vez que perguntavam se nós viemos do Brasil de Indiana.
– Taylor será que você não consegue anexar Brasil com o país em vez de pensar em uma capital?
– Me desculpa Nash, mas eu moro na Indiana foi a primeira coisa que pensei.
– Tudo bem. – Andrew falou rindo. – Nós viemos do Brasil, o país. – comecei a gargalhar alto até demais e Andy me olhou, coloquei a mão sobre seu ombro e gargalhei ainda mais.
– Brasil o país, até parece nome de filme.... E vem aí, Brasil o país.
– Meu Deus , você consegue ser patética as vezes. – parei de sorrir e olhei pra um canto da sala, e lá vinha um garoto, de regata uma chino bege e um vans preto, mexia nos cabelos e encarava-nos eu já havia visto um vine dele, um dele dançando Take You Down. Vines de dança me chamava a atenção, assim como já havia visto parte desses garotos aqui dançando loucamente Lip Gloss em cima do palco.
– Hei você é a não é? – me virei e encontrei com a menina ruiva, ela sorria pra mim.
– Sim, sou.
– Eu sou a Mahogany.... “Lox” e sou a DJ deles, quer vir comigo pra vermos as músicas de hoje? – assenti e a segui, olhei pra trás antes de entrar em um corredor e olhei pro menino moreno, sorri sem graça e voltei a olhar pra frente. – E então você e seu irmão combinaram que música vão dançar? – subimos em cima do palco e a vista era ótima. – É legal ter vocês aqui, sabe eu gosto de dançar, cantar e essas coisas, e eu sempre acompanho vídeos de vocês no Youtube, os vines que vocês fazem, vocês são incríveis. – sorri pra Lox que sorriu de volta.
– Obrigada. – agradeci e a vi sorrir mais ainda.
– Hei . – me virei encontrando com Andy e um outro garoto, dessa vez mais alto que ele, cabelos escuros e era um garoto bastante mordível. – Preciso falar com você por uns minutos.
– Vou com eles Lox! – ela sorriu pra mim assentindo e um garoto veio correndo na direção da Lox.
– Matthew me larga. – ela tentava soltar dele mas ele continuou a agarrando o que me fez rir um pouco, caminhei até Andy e um outro garoto vinha na direção também, mais baixo e com os cabelos loiros.
– Esses são Jack e …. Jack. – franzi o cenho e olhei pros dois que acenaram sorrindo.
– Jack and Jack.... já ouvi falar de vocês, os nerds rebeldes? Certo? – eles assentiram rindo junto com Andy. – Prazer, .
– Claro, sou Jack Gilinsky, pode me chamar de....
– Gilinsky. – o outro Jack, o loiro disse sorrindo e eu assenti. – E pra não ficar confuso me chama de Johnson. – balancei a cabeça concordando.
– Então . – Andy começou – Daqui quinze minutos começa o evento, e pelo que eu entendi, vai ter uns outros Youtubers aqui, e vai rolar tipo aquela competição de dança, e nós ficamos no grupo dos Jacks – assenti olhando pros tais Jacks. – E então vamos arrasar, certo? Que música você quer dançar?
– Eu gosto de Love More.
– Do Chris Brown? – assenti balançando a cabeça. – Certo, vem comigo. – Jacks começaram a seguir meu irmão e eu fui logo atrás, logo um outro garoto se juntou. Será que aqui só tem meninos? Aparentemente sim. Entramos em uma sala que estava vazia, Andy empurrou algumas mesas e Gilinsky o ajudou enquanto Johnson me apresentava o outro garoto.
– Esse é Sam, um amigo nosso. Ele também grava vídeos com os Jacks.
– Sammy. – falei sorrindo e ele ficou vermelho na hora e encarou o chão.
– ? – Andy me chamou e vi o Sam e o Johnson me darem espaço pra vê-lo. – Busca uma garrafa de água pra mim.
Assenti e sai da sala, encontrando com todos aqueles garotos que eu só sabia o nome do Hayes, Nash e Taylor, aquele menino do Vine dançando Take You Down que eu não lembrava o nome dele agora, também estava lá, sentado em uma mesa assinando algumas fotos, tinha um garoto do lado dele, olhos puxados e mais claro que ele, semelhante a um asiático, havia dois garotos com um violão e uma garotinha, bem menor que os dois. Em uma mesa aonde estava o Taylor, tinha um outro garoto com um boné vermelho e deixando um pouco dos seus cabelos pra fora do boné, ele era fofinho e bastante apertável. Arrumei a minha blusa e olhei pros meus pés, sempre os checava pra ver se não tinha perigo de eu cair no chão assim que desse um passo a frente, respirei fundo e andei em direção a mesa de Taylor, recebi uns olhares a minha direita como a minha esquerda também, suspirei fundo e parei em frente a mesa de Taylor e quis correr quando percebi o que tinha feito, pressionei as minhas mãos com força contra a mesa e fiz um tipo de pose, como se fosse superior, eu estava tentando deixar esse meu lado “rebelde” “mandona” “folgada” de lado, e estava distribuindo sorrisos amigáveis e sendo gentil com todos, mas eu conseguir deixar isso falhar agora, talvez porque estava nervosa e Taylor me trazia um pouco do que eu sou realmente, ele tinha uma expressão de garoto observador, misterioso, bagunceiro, folgado, e aparentemente parecia comigo.
– Hum... é, eu.... – comecei a gaguejar enquanto Taylor e o garoto de boné me olhavam sérios e curiosos. – Ai, me diz aonde tem uma garrafa de água por favor. – falei impaciente e vi Taylor abrir um sorriso antes de levantar.
– Vou pegar uma pra você, espera um minuto. – assenti e soltei a minha respiração, aliviada? Nem tanto, tinha sido um pouco rude com Taylor e mesmo assim sorria como se nada tivesse acontecido, normalmente os garotos me olhariam de cima abaixo e falaria algo como “quem você pensa que é?” e ficariam com más impressões sobre mim. “Uma garota rude”. Eu tentava mudar isso, mas parece que não tem jeito, nasci pra ser assim e vou ser assim pra sempre.
– Qual o seu nome? – perguntei pro garoto que sentou em uma cadeira.
– Aaron. – ele sorriu – O seu é , certo?
– Sim! – sorri. – Você tem cara de fofinho. Você parece ser fofinho. – falei rindo.
– Dizem isso sempre, tipo as nossas fãs falam isso no twitter, nos vines.... eu gosto disso.
– Quem não gosta, melhor ser chamado de fofinho, do que sei lá.... metido. – ele assentiu.
– Sua garrafa Phillips. – Taylor me entrou a garrafa.
– Meu sobrenome é .
– E porque Irmão Phillips?
– O sobrenome do Andy é Phillips e foi ele que começou, e eu sempre quis ter o sobrenome e foi por isso que aceitei ser uma Phillips, é como uma família sabe?
– Mas vocês são uma família.
– Qual é Taylor.... ela quis dizer como um grupo, como nós. – Aaron falou e eu assenti.
– Exatamente. – segurei a garrafa e sorri pro Taylor. – Obrigada pela garrafa.
Dei as costas e caminhei novamente em direção a sala, entrei e vi os Jacks caídos no chão e Sam rindo alto enquanto se apoiava em uma mesa, meu irmão estava em cima de outra mesa, sem camisa e com as calças abaixadas, o som tocava uma música que eu não sabia identificar. Fiquei parada olhando pros idiota, tentando entender alguma coisa, o que não me foi explicado, vi Andy descer da mesa ofegante e tomar a garrafa da minha mão agradecendo de uma forma estranha e assenti fazendo uma careta.
[…]
Estávamos em cima do palco, o outro grupo, o grupo dos Youtubers já havia dançando, e eu estava sem esperanças alguma, na plateia tinha muitas fãs deles, e não nossas, eles até conhecia a gente, mas tinha o Jack and Jack e o Sammy, e algumas pessoas não gostam deles, o que não facilita com que a gente ganhe, além do mais o outro grupo arrasou, foram passos complicados que eu levaria uma vida pra aprender cada um deles, mas eu disse a Andy que nós teríamos que ser melhor, Andrew pegou uma roupa minha na mochila, uma roupa que eu nem sabia que ele havia pegado, um short de cintura alta, um cropped preto e um vans rosa choque, soltei o meu cabelo e arrumei de uma forma que não me atrapalhasse, Gilinsky e Johnson estavam do meu lado enquanto Andy estava conversando com a Lox, Sammy estava impaciente e conversava sem parar com Taylor. Andy fez um sinal pra mim e eu percebi que tinha que ser agora. Olhei pra plateia e as garotas começaram a gritar quando a música começou, Jacks e Sammy junto de Andy se ajeitaram na frente e eu ficaria atrás e passaria pra frente no meio da música, pra fazer meus passos combinados com o de Andy.
Eu não estava acreditando no que estava acontecendo, depois dos irmãos Phillips, Jack e Jack e o Sam dançarem bem até demais, estourarem o palco literalmente, eles estavam cansados e então peguei o microfone da mão de Nash, tinha certeza que eles – nosso time – ganharia, não era possível, eles tinha sido demais, no final quando e Andrew dançaram juntos, os passos iguais, eles se divertindo enquanto dançavam, era impossível eles não ganharem. Mas quando a galera começou a gritar pelo nome de Brandy umas das dançarinas do outro grupo, eu arregalei meus olhos assim como os meus amigos, era totalmente inacreditável.
Havia acabado o evento e eu desci do palco após me despedir das fãs, corri atrás do Nash que estava com o Jacks. Eles se lamentavam enquanto se sentavam em uma escada do lado de fora, olhei em volta e a rua permanecia pouco movimentada, estava do outro lado da rua, sentada na calçada olhando pro chão e Andy estava andando de Skate com Matt, Taylor e Lox na rua.
– Não acredito que nós perdemos. – Sam comentou enquanto me alcançava.
– Eu também não, estavam muito bem. Dançaram muito bem. – sorri pro Gilinsky que me olhou.
– Ela ficou abalada, você viu a expressão dela quando o outro grupo ganhou?
– Nossa, ela olhou pra baixo, pensei que ia começar a chorar.
– Ela não tá acostumada a perder, é boa demais pra perder. – olhei pra ela continuava olhando pro chão, fiz um gesto pros meninos me esperarem e atravessei a rua me sentando ao lado de , que me olhou rapidamente antes de olhar o chão.
– Vocês arrasaram hoje.
– Se tivéssemos arrasados nós teríamos ganhando, Cameron.
– Não é assim bae, as vezes não ganhamos tudo.
– Eu sei, mas nós trabalhamos duro nesses passos. Não sei como ele consegue ficar bem. – apontou pra Andy.
– Vocês não ganharam dessa vez, mas continuam sendo os melhores.
– Não somos Cameron, se fossemos nós tínhamos....
– Para com isso , a vida não é sempre uma vitória, pensa bem, você se divertiu, dançou bem, arrasou e foi lá, enfrentou aqueles caras e pra mim foi melhor que eles, não pensa assim. Vocês serão os melhores pra sempre. – sorri pra ela e apoiei meu corpo. – Quer ir em uma sorveteria comigo?
– Não posso, moro muito longe daqui.
– Aonde você mora?
– Chino Hills, conhece? – arregalei meus olhos e olhei pra ela, me inclinei pra frente e sorri.
– Eu moro em Chino Hills também.
– Mentira Cameron.... – vi um sorriso aparecer em seu rosto e seus olhos brilharam.
– Eu juro.
– Mas Chino Hills é muito pequeno pra você. – gargalhei concordando.
– Sim, Chino Hills é muito pequeno pro grande Dallas aqui. – ela me empurrou de leve me fazendo rir ainda mais. – Será que então eu posso pegar uma carona com vocês? Com o seu irmão?
– Não sei, fala com ele ué. – ela levantou e eu a olhei, usava um short que deixava suas pernas toda a mostra.
– Bae. – sussurrei enquanto levantava atrás dela, ela caminhava com superioridade e aquilo me deixava intrigado. – Pra onde você tá indo?
– Você me deve um sorvete. – começou a caminhar pro lado oposto de Mahogany, Andy e Matt e eu a segui, olhei pro Nash e ele fez alguns sinais junto de Hayes e Carter.
– Podem ir sem mim. – sussurrei perto do rosto de Nash que gargalhou animado.
– Hum, Mr Dallas então vai sair da seca. – dei um tapa em seu rosto.
– Cameron Dallas nunca fica na seca. – sorrimos e eu olhei pra que estava um pouco a frente, empurrei Nash e corri atrás dela.
Continua Pequenaa <33 to amando , é minha primeira fic interativa
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